Esta sexta edição
do Cine Eco, Festival Internacional de Cinema e Vídeo de
Ambiente de Seia / Serra da Estrela, que decorre entre 13 e 22 de
Outubro, confirma de forma plena a vitalidade e a importância
deste certame no contexto dos festivais de cinema europeus desta
área, depois de se ter afirmado inequivocamente no interior
da já significativa teia de festivais de cinema que se realizam
em Portugal. Este ano há várias novidades, e todas
elas nos enchem de uma particular alegria. Para já, e desde
logo, há a assinalar o acordo de colaboração
estabelecido entre o Cine Eco é o importante festival de
cinema do ambiente do Goiás (Brasil), e que vigora já
desde o passado mês de Maio. Nessa altura, aquando da realização
do II FICA, Festival Internacional de Cinema Ambiental do Goiás,
o Cine Eco esteve já presente no Brasil, através de
várias obras por si propostas (e que tinham estado na nossa
quinta edição), bem assim como representado no Júri
Internacional. Recebidos de forma amiga e solidária pela
direcção do FICA, este foi o início de uma
colaboração que, esperemos, se irá estender
por muitos e bons anos, e alargar a outros festivais internacionais
de ambiente e cinema.
Presença brasileira
Este ano, teremos entre nós,
uma forte presença brasileira, de certa forma resultante
deste contacto mais íntimo entre os dois países. A
actriz Lucélia Santos, um dos grandes nomes do teatro, cinema
e televisão brasileiros (a célebre Escrava Isaura,
que tanto sucesso teve em todo o mundo), será um dos membros
do Júri Internacional. Juntam-se ainda Jaime Sautchuk, director
do FICA, e Tânia Montoro, uma das coordenadoras do mesmo festival,
e que de novo se encontra entre nós.
Mas a presença brasileira,
neste ano em que se comemora o 500º aniversário do "achamento"
do Brasil, não se fica apenas por estas destacadas personalidades,
mas também por uma inscrição massissa de obras
vindas do outro lado de Atlântico, havendo mesmo uma atenção
muito especial dada a problemática da situação
actual do "índio brasileiro". O Festival Internacional
de Cinema e Vídeo de Ambiente de Seia / Serra da Estrela
sente ainda algum orgulho ao apresentar a extensa e prestigiada
lista de obras a concurso, provenientes de todos os continentes.
Nesta sexta edição,
há ainda a referir um conjunto de propostas tendentes à
sensibilização e difusão de uma autêntica
cultura cinematográfica, de uma profunda preocupação
com a Natureza e a sua defesa e preservação, sempre
acrescida de uma componente lusófona que, apesar de presente
desde a sua primeira edição, tem atingido nas últimas
edições as dimensões e importância desejadas.
Para lá da forte presença brasileira, há a
referir uma participação cada vez mais alargada de
obras portuguesas, estando representados em Seia alguns dos mais
significativos nomes da realização cinematográfica
e audiovisual portuguesa, além de alguns outros mensageiros
de áreas da lusofonia.
Cinema e ambiente
O Cine Eco 2000 continua a
ser uma iniciativa que procura incentivar a produção
de obras audiovisuais que defendam o ambiente, o equilíbrio
natural, a ecologia ou que debatam temas que tenham a ver com a
harmoniosa inserção do homem na natureza, particularmente
em regiões serranas ou montanhosas, com as quais a Serra
da Estrela possa estabelecer frutuosas comparações.
Por outro lado, este Festival de Cinema e Vídeo pretende
transformar-se, ainda que lentamente, mas de forma segura, numa
importante mostra do que de melhor se vai criando nos domínios
do Cinema e do Audiovisual, tornado-se também, se possível,
num ponto de convergência e encontro de culturas e experiências,
pessoais ou nacionais, no quadro do grande mundo da língua
portuguesa. Finalmente, é ainda nosso desejo prioritário
- ou não fosse este um Festival de Cinema e Vídeo
- prolongar e intensificar a difusão do cinema e do audiovisual
de qualidade, do cinema de autor, de cinematografias jovens ou distantes,
obras que raramente penetram nos circuitos comerciais distantes
do eixo Lisboa, Porto.