CINE’ECO APRESENTA NOVIDADES NUMA
ALTURA EM QUE DECORRE PRAZO PARA INSCRIÇÃO DE FILMES
A CONCURSO
A Comissão organizadora do Cine’Eco
2004 trabalha já na preparação da edição
deste ano, que se realizará em Seia de 15 a 24 de Outubro.
Trata-se da 10º edição do Festival Internacional
de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela e por
isso, segundo os organizadores, será assinalada com um
conjunto de iniciativas de relevo. Dessas, está prevista
a organização de uma Conferência de 3 dias
– 22, 23 e 24 de Outubro – subordinada ao tema “Ambiente
e Audiovisuais”, procurando levar a Seia um conjunto de
personalidades de relevo nacional no domínio do Ambiente
e do Audiovisual.
Prevista está igualmente a realização de
espectáculos, Exposições e Workshop’s,
bem como a publicação de uma retrospectiva sobre
os 10 anos do Cine’Eco.
O Festival manterá o figurino habitual, e decorrerá
nos vários espaços da Casa Municipal da Cultura
de Seia.
Das secções previstas, além das que se destinam
às crianças e jovens das escolas do concelho, com
exibições de manhã e à tarde, há
ainda a registar as secções – “Outras
Terras, Outras Gentes”; um ciclo de cinema português;
um ciclo “Tim Burton”; um outro de musicais - Fred
Astaire; um ciclo David Linch; uma série de Documentários
“Memórias do Ambiente” da TV Cultura do Brasil
e um ciclo “Jazz numa noite de Outono”.
Como habitualmente acontece serão convidadas diversas personalidades
do mundo do cinema e do teatro para integrar os júris do
Festival, estando também prevista a presença de
realizadores e responsáveis de outros Festivais, nomeadamente
de Goiás no Brasil e daqueles que fazem parte da Associação
de Festivais de que o Cine’Eco é co-fundador - a
Associação de Festivais de Cinema de Meio Ambiente
(EFFN - Environmental Film Festival Network).
Neste domínio, está a ser fortemente incrementado
o relacionamento entre Seia e Góias, que pode vir a resultar
a médio prazo numa geminação cultural, conforme
é desejo dos responsáveis do município de
Seia e da prefeitura brasileira.
Actualmente e até 31 de Agosto decorre o prazo para as
inscrições dos filmes a concurso, cujo regulamento
pode ser consultado na página do Cine’Eco entretanto
criada em www.cineeco.org
Ao que se sabe, a adesão dos filmes a concurso é
até ao momento bastante satisfatória, o que augura,
no entender dos organizadores, boas perspectivas para o êxito
da parte competitiva do festival, onde estão em disputa,
entre as Campânulas de Ouro, Prata e Bronze vários
prémios, num total de aproximadamente 16 mil Euros.
Dentro de poucos dias será apresentado o cartaz desta 10ª
edição, já que este ano a organização
desafiou os designers locais a apresentar propostas para o referido
cartaz.
O Cine’Eco, que é um Festival de Cinema dedicado
ao ambiente, com uma componente muito forte na área da
Lusofonia, começou a realizar-se em Seia no ano de 1995,
sob a organização da Câmara Municipal de Seia,
tendo ao longos destes anos conseguido algumas parcerias importantes,
que aos poucos têm ficado pelo caminho, como é o
caso do Ministério do Ambiente através dos seus
institutos – IPAMB (já extinto) e ICN (actualmente
com grandes dificuldades financeiras).
As dificuldades financeiras são actualmente a grande dificuldade
do Cine’Eco, não tendo até ao momento conseguido
qualquer garantia de apoio, à excepção daquela
que é sempre dado pela Câmara Municipal.
O Realizador e crítico de Cinema, Lauro António
é o Director Técnico do Festival desde 1995, contando
ainda na Comissão Executiva desde essa altura com Carlos
Teófilo (Director Executivo), Mário Jorge Branquinho
e Frederico Corado.
QUASE 300 FILMES A CONCURSO
Ao todo inscreveram-se para concorrer ao Festival
cerca de 300 filmes oriundos de vários países, estando
agora o júri de pré-selecção a escolher
os pouco mais de cinquenta que entrarão a concurso.
O júri internacional deverá ser presidido por Washington
Novaes, que é Director do Festival de Góias - FICA,
(Brasil).
Para além das Câmpanulas em disputa, que é
o símbolo do festival, há um montante global de
prémios que ascende a mais de 16 mil euros, repartidos
por várias modalidades: Prémio Antropologia Ambiental,
Prémio Polis, Prémio Vida Natural, Prémio
Valorização de Resíduos, Prémio Água,
Prémio Educação Ambiental, Prémio
Lusofonia, Prémio Camacho Costa e Grande Prémio
do Ambiente.
Para além da parte competitiva do Festival, serão
exibidos diversos filmes integrados em várias secções.
Um ciclo de cinema de Animação; um ciclo Johnny
Weissmuller; ciclo Michael Moore; Ciclo Tim Burton; Ciclo –
Musical:Fred Astaire e o ciclo David Fincher, além da exibição
da série da TV Cultura / Brasil – “Memórias
do Meio Ambiente”.
Das iniciativas paralelas, destaca-se este ano, um concerto de
Jazz na abertura oficial do Festival – “Jazzar no
Cinema”, no dia 16 à noite e Stand Comedy com Bruno
Nogueira na sessão de encerramento e entrega de Prémios.
Nos vários espaços da Casa Municipal da Cultura
decorrerão igualmente Exposições, atelier’s
de Educação Ambiental, uma pequena feira do livro
do ambiente, entre outras iniciativas.
Na internet o endereço do festival é: www.cineeco.org
FILME ALEMÃO “A VIDA SEM CONTROLO”
VENCE GRANDE PRÉMIO DO CINE’ECO, EM SEIA
O filme “A Vida sem Controlo”, realizado
por Bertram Verhaag e Gabriele Krober, da Alemanha, foi o grande
vencedor do Cine’Eco – X Festival Internacional de
Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela, que termina
este fim de Semana em Seia.
O Júri do Festival, presidido pelo jornalista / documentarista
brasileiro Washington Novaes justificou a atribuição
deste Prémio “pela abrangência e competência
com que trataram de um dos temas mais complexos e cruciais para
a espécie humana e o ambiente nos dias de hoje –
a manipulação genética, a apropriação
do conhecimento sobre a vida, suas consequências e riscos
- , bem como da luta de um grupo de cientistas corajosos que desafiam
riscos.
“A Vida Sem Controlo” recebeu a Campânula de
Ouro, correspondente ao Grande Prémio Ambiente, e 3.750
Euros atribuídos pela Câmara Municipal de Seia, por
ser considerada a melhor obra entre todas as concorrentes, em
qualquer categoria.
O Prémio Especial de Lusofonia, no valor de 2.500 Euros,
destinado à obra produzida e realizada em país lusófono,
foi atribuído a “Memórias de um rio –
Avieiros, os nómadas do Tejo”, realizado por Francisco
Manso, de Portugal, pelo registo fiel de uma comunidade única
e de seus últimos representantes vivos – uma iniciativa
importante para a preservação da memória
cultural do país.
O Prémio Camacho Costa, no valor de 1.250 Euros, destinado
à melhor obra nas áreas de poesia e humor, ao filme
“Pirilampo”, realizado por Dace Riduze, da Lituânia,
pela animação poética e povoada de humor
com que tratou episódios do quotidiano de pirilampos.
O Prémio Antropologia Ambiental, no valor de 1.250 Euros,
destinado à obra que melhor promove o tema da inserção
do ser humano no seu quotidiano, foi atribuído a “O
Coração de Chernobyl”, realizado por Maryann
De Leo, dos E. U A, pela pungente documentação das
consequências da radiação gerada no acidente
com o reactor daquela usina no corpo e na mente de crianças
e adolescentes que vivem na área.
Ao filme “Paisagem e Ordenamento”, da série
“Portugal – Um Retrato Ambiental”, realizado
por Luísa Schmidt, foi atribuído o Prémio
Pólis, no valor de 1.250 Euros, “pela documentação
precisa da expansão urbana desordenada, suas consequências
para o ambiente e as populações, assim como da discussão
de caminhos e soluções possíveis”.
O Júri atribuiu o Prémio Vida Natural, no valor
de 1.250 Euros ao filme “Uivos do Mar”, de Rita Saldanha,
de Portugal, pela documentação competente da vida
de um dos mamíferos mais raros da Terra – a foca
monachus monachus - , da qual só restam 300 espécimes,
bem como de 28 lobos marinhos na ilha da Madeira e do trabalho
para conserva-los.
O Prémio Valorização de Resíduos,
no valor de 1.250 Euros, foi atribuído a “Franz Kracjberj,
Retrato de uma Revolta”, realizado por Maurice Dubroca,
da França, pela documentação do trabalho
de um artista apaixonado pela natureza, que toma como ponto de
partida e base concreta de toda a sua obra os resíduos
gerados pela própria natureza ou produzidos por acções
humanas condenáveis como o desmantamento, os incêndios
florestais e os berços da vida à beira mar.
O Prémio Água, no valor de 1.250 Euros, destinado
à obra que melhor promove o tema dos recursos hídricos,
foi atribuído a “Um Assassino Silencioso”,
realizado por Dhananjoy Mandal, da Índia, pela documentação
de um dos mais graves problemas de contaminação
de água no mundo – a contaminação por
arsénico da água utilizada por dezenas de milhões
de pessoas na Índia, produzindo um número de atingidos
maior que o das vítimas de HIV no planeta.
O Prémio Educação Ambiental, no valor de
1.250 Euros, destinado à obra que melhor aborde, do ponto
de vista didáctico, os temas abrangidos pelo Festival,
a “Pequenos Pássaros, Grandes Sábios”,
realizado por Catherine Garanger, da França, pela fiel,
minuciosa, bela e poética documentação sobre
os pequenos pássaros migratórios.
Para além destes prémios o Júri atribuiu
ainda as seguintes Menções Honrosas :
“Memórias dos Capelinhos”, realizado por Carlos
Brandão Lucas, de Portugal.
Série “Memória do Meio Ambiente”, realizado
por Anna Terra, do Brasil.
“Andalusia, entre o Paraíso e o Inferno”, realizado
por Jan Haft, da Alemanha.
“Corvo – Crónica dos Dias”, realizado
por Carlos Brandão Lucas, de Portugal.
“Sem Embargo”, realizado por Judith Grey e Luís
Moreno, de Cuba.
“Tainá 2 – A Aventura Continua”, realizado
por Mauro Lima, do Brasil.
O Grande Prémio da Juventude foi atribuído em ex
aequo aos filmes “Um Assassino Silencioso” de Dhananjoy
Mandal (Indía) e “Sem Embargo” de Judith Grey
(Cuba); O Prémio da Juventude para a Lusofonia ao filme
“Memória dos Capelinhos”, de Carlos Brandão
Lucas (Portugal); O Prémio da Juventude para o Ambiente
ao filme “O Mar Sem Lei” de Mark Schapiro (EUA); O
Prémio da Juventude para a ameaça global ao filme
“O Mundo Segundo Bush” de William Karel (França)
e o Prémio da Juventude para Personalidades ao filme “Arne
Sucksdorff: Uma Vida Documentando a Vida”, de Bárbara
Fontes, (Brasil).
O Júri da Juventude atribuiu ainda as seguintes Menções
Honrosas:
“100% Algodão – Made In Índia”
de Inge Altmeiter e Reinhard Hornung (Alemanha)
“A Vida Sem Controlo”, de Bertram Verhaag e Gabriele
Krober (Alemanha e EUA)
“Portugal – Um Retrato Ambiental; Episódio
3: As Águas” de Luisa Smitdt e Francisco Manso (Portugal)