Carlos Teófilo
Angelina Barbosa
Mário Jorge Branquinho
Frederico Corado
Cine’Eco - Uma história
simples
Era uma vez em mil novecentos e noventa e quatro uma Vontade que
queria singrar e ao fim de algum empenho conseguiu impor-se. Embrulhado
numa capa de um Festival Nacional de Vídeo, viria no ano
seguinte a transformar-se em Festival Internacional de Cinema e
Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela. Ou simplesmente Cine’Eco.
No afã de se impor, subiu alto a dita Vontade,
levando consigo o evento, apesar do contratempo que arrastava a
ousadia e da parada tão alta que fervia. Convidaram-se parceiros,
vestiu-se fato novo, fez-se festa na capital, anunciou-se a boda,
e fez-se nova a vontade de singrar. Ao mais alto nível e
no encalço do pioneirismo! O primeiro grande Festival de
cinema dedicado ao ambiente organizado no nosso país e receptivo
ao mundo!
Fez-se luz nesse ano de noventa e cinco e fez-se
corrida contra o tempo e a tempo de um auditório pronto,
ainda a cheirar a tinta.
E vieram parceiros para a empreitada, num abraço
fraterno entre Seia e Lisboa, em objectivo comum – um Festival
de temática ambiental, em pleno Parque Natural. E daqui,
da Serra mais alta de Portugal se lançou o simbolismo e se
fez eco com o cinema. Cinema Ecológico. Cine’Eco.
Autarcas, governantes, dirigentes, artistas, actores,
realizadores, alunos, professores e público, entraram na
sensação expectante de quem se senta na plateia para
uma ante-estreia de uma super-produção erigida em
cenários de escombros de uma paisagem agreste.
E assim se iniciou uma caminhada que cumpre agora
nove anos, assinalando a décima edição.
Dez edições. Dez Cine’Ecos
se cumprem agora, assentes no patamar do êxito e dos objectivos
alcançados. Ano após ano, com o Outono, ascendem-se
as luzes do Festival nesta cidade do sopé da Serra da Estrela,
onde se juntam cumplicidades e afectos e se projecta a alma de Seia
na alta roda do cinema ambiental. Onde se cumpre um desígnio
cultural e ecológico, assente em parcerias frutuosas e na
dinâmica cinéfila que caracteriza os seus responsáveis.
Muito se fez, muito se podia ter feito, muito há para fazer
num quadro de inovação participativa, abrindo novas
janelas e traçando novos rumos.
Até aqui valeu muito a dita Vontade e o
empenho de quem na iniciativa apostou.
A partir daqui a história deve continuar.
Mário Jorge Branquinho
(Comissão Organizadora)

