CineEco 2004

X Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela

15 de Outubro a 24 de Outubro de 2004

Filmes Premiados Imprensa

 

ACTA DO JÚRI DO
10º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA E VÍDEO DE AMBIENTE
DA SERRA DA ESTRELA – SEIA 2004

Reunido no dia 22 de Outubro de 2004, o Júri Internacional do 10º Festival Internacional de Cinema e Vídeo do Ambiente da Serra da Estrela, em Seia, decide:

1. Cumprimentar a Câmara Municipal de Seia e os organizadores do Festival pela realização.

2. Atribuir, segundo o Regulamento Geral, os seguintes prémios:

3. Menções Honrosas para as seguintes obras:

I. “Memórias dos Capelinhos”, realizado por Carlos Brandão Lucas, de Portugal.
II. Série “Memória do Meio Ambiente”, realizado por Anna Terra, do Brasil.
III. “Andalusia, entre o Paraíso e o Inferno”, realizado por Jan Haft, da Alemanha.
IV. “Corvo – Crónica dos Dias”, realizado por Carlos Brandão Lucas, de Portugal.
V. “Sem Embargo”, realizado por Judith Grey e Luís Moreno, de Cuba.
VI. “Tainá 2 – A Aventura Continua”, realizado por Mauro Lima, do Brasil.

· b) Prémio Educação Ambiental, no valor de 1250 Euros, destinado à obra que melhor aborde, do ponto de vista didáctico, os temas abrangidos pelo Festival, a “Pequenos Pássaros, Grandes Sábios”, realizado por Catherine Garanger, da França, pela fiel, minuciosa, bela e poética documentação sobre os pequenos pássaros migratórios.

· c) Prémio Água, no valor de 1250 Euros, destinado à obra que melhor promova o tema dos recursos hídricos, a “Um Assassino Silencioso”, realizado por Dhananjoy Mandal, da Índia, pela documentação de um dos mais graves problemas de contaminação de água no mundo – a contaminação por arsénico da água utilizada por dezenas de milhões de pessoas na Índia, produzindo um número de atingidos maior que o das vítimas de HIV no planeta.

· d) Prémio Valorização de Resíduos, no valor de 1250 Euros, a “Franz Kracjberj, Retrato de uma Revolta”, realizado por Maurice Dubroca, da França, pela documentação do trabalho de um artista apaixonado pela natureza, que toma como ponto de partida e base concreta de toda a sua obra os resíduos gerados pela própria natureza ou produzidos por acções humanas condenáveis como o desmantamento, os incêndios florestais e os berços da vida à beira mar.

· e) Prémio Vida Natural, no valor de 1250 Euros e destinado à obra que melhor promova o tema da conservação da natureza e da bio-diversidade, a “Uivos do Mar”, realizado por Rita Saldanha, de Portugal, pela documentação competente da vida de um dos mamíferos mais raros da Terra – a foca monachus monachus - , da qual só restam 300 espécimes, bem como de 28 lobos marinhos na ilha da Madeira, e do trabalho para conserva-los.

· f) Prémio Pólis, no valor de 1250 Euros, e destinado à obra que melhor promova o tema da requalificação urbana e valorização ambiental, a “Paisagem e Ordenamento”, da série “Portugal – um “Retrato Ambiental”, realizado por Luísa Schmidt, pela documentação precisa da expansão urbana desordenada, suas consequências para o ambiente e as populações, assim como da discussão de caminhos e soluções possíveis.

· h) Prémio Antropologia Ambiental, no valor de 1250 Euros, destinado à obra que melhor promova o tema da inserção do ser humano no seu quotidiano, a “O Coração de Chernobyl”, realizado por Maryann De Leo, dos E. U A, pela pungente documentação das consequências da radiação gerada no acidente com o reactor daquela usina no corpo e na mente de crianças e adolescentes que vivem na área.

· g) Prémio Camacho Costa, no valor de 1250 Euros, destinado à melhor obra nas áreas de poesia e humor, a “Pirilampo”, realizado por Dace Riduze, da Lituânia, pela animação poética e povoada de humor com que tratou episódios do quotidiano de pirilampos.


5. Atribuir o Prémio Especial de Lusofonia, no valor de 2500 Euros, destinado à obra produzida e realizada em país lusófono, a “Memórias de um rio – Avieiros, os nómadas do Tejo”, realizado por Francisco Manso, de Portugal, pelo registo fiel de uma comunidade única e de seus últimos representantes vivos – uma iniciativa importante para a preservação da memória cultural do país.

6. Atribuir o Grande Prémio Ambiente – Câmara Municipal de Seia, no valor de 3750 Euros, destinado à obra considerada a melhor entre todas as concorrentes, em qualquer categoria, a “A Vida sem Controlo”, realizado por Bertram Verhaag e Gabriele Krober, da Alemanha, pela abrangência e competência com que trataram de um dos temas mais complexos e cruciais para a espécie humana e o ambiente nos dias de hoje – a manipulação genética, a apropriação do conhecimento sobre a vida, suas consequências e riscos - , bem como da luta de um grupo de cientistas corajosos que desafiam riscos.


Seia, 22 de Outubro de 2004

Acta do Júri da Juventude
CineEco 2004

Aos vinte e dois dias do mês de Outubro do ano 2004, reuniu o Júri da Juventude do CineEco 2004,constituído por Ana Cláudia Ferrão, Ana Joana Amorim, Andreia Pinto, Luís Monteiro, Marina Veloso, Patrícia Alexandra Silva e Ricardo Herdeiro, tendo decidido:

- Pela sensibilização e conteúdo informativo presente nestas obras cinematográficas decidimos atribuir Menções Honrosas aos filmes:

“100% Algodão – Made in Índia”, de Inge Altmeier e Reinhard Hornung (Alemanha).

“A Vida sem Controlo” de Bertram Verhaag e Gabriele Kröber (Alemanha e EUA).

“Portugal – Um Retrato Ambiental, Episódio 3: As Águas” de Luísa Schimdt e Francisco Manso (Portugal).


- O Júri da Juventude decidiu premiar com:


O Prémio da Juventude para Personalidades o filme “Arne Sucksdorff: Uma Vida Documentando a Vida” de Bárbara Fontes (Brasil).

O Prémio da Juventude para Ameaça Global o filme “O Mundo Segundo Bush” de William Karel (França).

O Prémio da Juventude para o Ambiente o filme “O Mar sem Lei” de Mark Schapiro (EUA).

O Prémio da Juventude para a Lusofonia o filme “Memória dos Capelinhos” de Carlos Brandão Lucas (Portugal).

E o Grande Prémio da Juventude foi atribuído em ex aequo aos filmes “Um Assassino Silencioso” de Dhananjoy Mandal (Índia) e “Sem Embargo” de Judith Grey (Cuba).


Gostaria de, em meu nome e em nome de todos os elementos do Júri da Juventude salientar a oportunidade que a organização deste evento tem vindo a dar à participação dos jovens nas decisões de atribuição de alguns prémios, com total liberdade de selecção. Torna-se até um acontecimento isolado e inovador visto serem poucos os festivais onde há um Júri com estas características.
Esta experiência foi enriquecedora para todos nós na medida em que nos confrontou com problemas que o mundo e o seu ambiente enfrentam. Não estamos a dizer que certas realidades nos eram alheias, mas tivemos a possibilidade de as ver segundo uma perspectiva diferente.
Esperamos que as pessoas que estiveram presentes neste festival não deixem que estas mensagens que gritam por “ventos de mudança” fiquem apenas confinadas a telas, mas que as divulguem, e assim contribuam para a sensibilização e consequente mudança de comportamentos e atitudes do Homem.
Numa visão mais abrangente de ambiente e citando o reconhecido realizador, crítico, professor e director técnico deste festival, Lauro António: “Num mundo caótico, onde a loucura da violência e dos interesses económicos tudo subverte e amaldiçoa, o ambiente anda por baixo e não há conferências internacionais que lhe valham, não há boas vontades, individuais ou colectivas, que se sobreponham a este caudal pestilento de guerras bárbaras que se iniciam em nome de Deus e de Ala, invasões estribadas em mentiras, terrorismo sem rosto e sem vergonha, execuções sumárias registadas em vídeo, explosões diárias que retiram a vida a milhares de inocentes”.
Com base nesta visão constatamos que o estado do ambiente é um reflexo das ambições que o homem tem em dominá-lo.

Empresa Municipal de Cultura e Recreio Seia - Município de Seia - Ministério da Cultura - ICAM